Numa investigação publicada no Journal of Clinical Oncology, cientistas do Centro Princesa Máxima para Oncologia Infantil, nos Países Baixos, descobriram que um terço das crianças com tumor renal tem predisposição hereditária para a doença.
Durante esta investigação, foram avaliadas informações hereditárias de 126 crianças diagnosticadas com tumor de Wilms, a forma mais comum de cancro renal pediátrico, entre 2015 e 2020, tendo sido encontrados fatores hereditários em 42 de 126 crianças, o que corresponde a um terço dos doentes.
Os autores do estudo encontraram um fator hereditário no gene DIS3L2, um gene previamente associado a uma síndrome rara que pode levar ao desenvolvimento do tumor de Wilms, caso uma mutação deste esteja presente em ambos os progenitores.
Os dados apurados mostraram que cinco crianças tinham apenas uma cópia defeituosa deste gene, herdada de um progenitor saudável, sendo encontrada uma segunda falha genética no próprio tumor, onde este tinha surgido espontaneamente. Isto mostrou que o gene DIS3L2 é menos importante do que se pensava para a deteção precoce de tumores.
Os cientistas defendem que todas as crianças com um tumor de Wilms devem ser submetidas a testes genéticos extensivos, para que seja possível obter mais informações sobre o tumor e, assim, potencialmente tranquilizar os pais dos doentes, pois estes poderão não ser responsáveis pela transmissão de elementos genéticos que levam ao desenvolvimento da doença, visto que outros fatores aleatórios podem ser decisivos.
Fonte: Hindustan Times