Cientistas acreditam ter descoberto proteína responsável pelo desenvolvimento do rabdomiossarcoma

Tem o nome científico SNAI2 e, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications, é a proteína responsável pelo desenvolvimento e progressão do rabdomiossarcoma, o cancro de tecidos moles mais comummente diagnosticado em crianças.

A descoberta foi feita por uma investigação realizada pelo hospital pediátrico Bambino Gesù, em Itália, em parceria com o Greehey Children’s Cancer Research e com o National Cancer Institute, ambos nos Estados Unidos.

Esta investigação, dizem os cientistas, “permitiu compreender de que forma a presença desta proteína é responsável pela falta de diferenciação das células responsáveis ​​pela formação do tecido musculoesquelético e a sua consequente degeneração em tumor maligno”.

Como explicaram em comunicado os investigadores, o rabdomiossarcoma é um tumor de tecidos moles, tipicamente diagnosticado em idade pediátrica. Esta doença faz parte de um tipo de sarcomas raros que “compreendem mais de 50 subtipos e que, ao contrário dos sarcomas ósseos, se desenvolve em tecidos como músculos, tecido adiposo (gorduroso), tecido conjuntivo, vasos sanguíneos ou linfáticos, nervos e ligamentos”.

O rabdomiossarcoma, em particular, afeta principalmente crianças com idades entre 1 e 5 anos, mas também pode ser diagnosticado em adolescentes e, mais raramente, em adultos.

Existem dois subtipos histológicos, o embrionário e o alveolar – o primeiro envolve cerca de 75% dos casos diagnosticados, enquanto o segundo, cerca de 25%. Ambos os subtipos, explicam os especialistas, “são resistentes às terapias convencionais quando as metástases estão presentes no momento do diagnóstico ou quando as células cancerígenas migram da área de origem para outra parte do corpo. Nesses casos, o prognóstico é bastante reservado, sendo a taxa de sobrevivência a 5 anos inferior a 30%”.

Nesta investigação, os cientistas identificaram o papel “fundamental” da proteína SNAI2, que atua prevenindo a diferenciação celular e favorecendo o aparecimento do cancro.

Além disso, foi demonstrado que esta proteína está muito mais presente em amostras de rabdomiossarcoma do que em tecidos musculares de controlos saudáveis ​​e também em comparação com outros tipos de tumores.

Assim, os investigadores destacaram que “a sobrevivência das células embrionárias de rabdomiossarcoma está intimamente ligada à presença desta proteína”.

Segundo a autora principal da investigação, Rossella Rota, “o estudo dos mecanismos que regulam o processo de transcrição do ADN, frequentemente alterado nas células cancerígenas, é fundamental para conheçamos melhor este tipo de cancro. Ao termos uma maior compreensão sobre a doença também ganhamos novos conhecimentos sobre quais as abordagens a utilizar no seu tratamento”.

Fonte: Sky

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